quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Estátuas ou Teatros...


Uma metáfora que eventualmente se cruza com a vida…
Um destes dias em conversa com um ‘artista plástico’, fez-me um comentário em relação ao seu percurso de vida que me permitiu uma reflexão que agora partilho.
Dizia esse artista que no inicio da sua vida de criação, dedicou-se inicialmente ao desenho, depois à pintura e mais tarde à escultura. Durante este processo evolutivo, procurava caminhar para a ‘eternidade’ uma vez que os trabalhos que realizava eram fisicamente mais resistentes… curioso! Passada essa fase, poderíamos dizer de amadurecimento, dedicou-se (e ainda se dedica) ao teatro, sendo agora encenador…
Confrontado com o efémero de cada peça de teatro, que ‘fisicamente’ terminam no final de cada ato, respondeu: “durante muito tempo sentia-me realizado com a expectativa de durabilidade das minhas obras, hoje realizo-me com o final de cada momento!”
Fantástico, digo eu…! quando olhamos a nossa vida temos vários momentos que gostaríamos que ficassem para todo o sempre (talvez uma das justificações da paternidade!).

Mas há momentos/fases/acontecimentos que valem por tudo o que aconteceu antes dele próprio.
Temos assim um ‘post’ e um ‘ex-ante’! Questões que nos satisfazem porque perduram por si, questões que nos satisfazem porque ‘apenas’ aconteceram em si. Daqui a metáfora de ‘Estátuas’ (que perduram por si) ou 'Teatros' (que aconteceram em si)…
Conseguem ver pessoas, relações, acontecimentos, e afins desta forma? Estátuas ou Teatros…
Beijos e Abraço
Mike

3 comentários:

  1. E assim é a felicidade também. A capacidade de fazer perdurar aquilo que acontece em si! "...pessoas, relações, acontecimentos" que na sua globalidade passam para a eternidade, mesmo que fisicamente impalpáveis! Imateriais. Inatingiveis por serem passado, mas para sempre no caminho do futuro.

    Gostei :)

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  2. Olá, obrigado pelo comentário... escrevo sem saber se efectivamente alguém os lê... os cometários são a plenitude suprema deste simples candidato a 'bloger'.
    Obrigado pelo sinal de que há vida para além do meu teclado.
    aqui está mais um "acontecimento" 'imaterial, fisicamente impalpavel', que 'me/nos' dá muita satisfação.
    Beijos
    Mike

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  3. :)
    Para mim, um blog só faz sentido quando existe um feedback. Se esse feedback não nos interessar, é mais do que suficiente escrever um diário e guardá-lo em casa!
    Quando leio algo que gosto, comento! E gostei do que li :)

    Vou passando!

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