quinta-feira, 31 de março de 2011

Sara Tavares - Ponto de Luz


Sabem identificar quem é o vosso ponto de Luz?
Na parte final desta música, há uma referência a algo descrito como «horizonte fundo, alto, largooo....».
Imagino-me sentado à beira mar, penso no meu ponto de luz, e vejo aquele mar e céu e horizonte...
beijos e abraços
Mike

sábado, 26 de março de 2011

...Por uma Noite!



Davamos a nossa vida por uma noite...? para vivermos uma noite que já tivemos, ou por uma que desejamos?
Beijos e Abraços
Mike

sexta-feira, 25 de março de 2011

...Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim


Agora que sei colocar video, vou exibir algumas musicas que são especiais...
o que lemos, o que escrevemos, o que ouvimos... o que vivemos com cada música, também fazem parte de cada um de nós(vós).
Beijos e Abraço
Mike

TEXTO de Mia Couto (Geração à Rasca - A Nossa Culpa)

"Um dia, isto tinha de acontecer.
Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa
abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes
as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar
com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também
estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância
e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus
jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a
minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos)
vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós
1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram
nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles
a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes
deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de
diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível
cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as
expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou
presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o
melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas
vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não
havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado
com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.

Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A
vaquinha emagreceu, feneceu, secou.

Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem
Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde
não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar
a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de
aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a
pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e
da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que
os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade,
nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.

São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter
de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e
que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm
direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas,
porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem,
querem o que já ninguém lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo
menos duas décadas.

Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por
escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na
proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que
o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois
correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade
operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em
sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso
signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas
competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por
não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração
que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que
queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a
diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que
este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo
como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as
foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não
lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de
montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o
desespero alheio.

Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e
inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no
retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e
nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como
todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados
pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham
bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados
académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos
que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e,
oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a
subir na vida.

E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos
nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares
a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no
que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida
e indevidamente?!!!

Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme
convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem
fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e
a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam.
Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de
uma generalização injusta.
Pode ser que nada/ninguém seja assim.

Mia Couto"

quarta-feira, 23 de março de 2011

«NOVO GOVERNO»


HOJE o primeiro ministro irá apresentar a demissão...
sair do debate a meio demostra que está cansado, desesperado, ou já a pensar na campanhã!
eu espero que se concretirzem tres condições:
- José Socrates apresente a demissão;
- Presidente aceite a demissão;
- O presidente proponha a Assembleia a constituição de um novo Governo (de maioria e sem Socrates)
Beijos e Abraços
MIKE

terça-feira, 22 de março de 2011

...tempo frio, preocupações geladas!


HOJE voltei a jantar sozinho num espaço público, algo que durante muito tempo foi uma constante na minha vida... sem que efectivamente me queixe!
Assisti com frequência a conversas banais entre parceiros de refeição!
Os assuntos eram quase sempre os mesmos: problemas com colegas e chefes de trabalho, namoros, infidelidades, férias e filhos, e obviamente o queixume… raramente ouvi comentários sobre religião, política, economia…
Bem sei que numa ‘praça’ de um centro comercial, o espaço é o que é!
Passados largos meses, o meu momento «etnográfico não participante» aponta para conclusões similares…
A crise falada, a neblina que se abate sobre a economia, o desemprego, a pobreza, o potencial de exclusão e marginalização dos mais desfavorecidos, parecem todos figurantes de um filme para o qual nos ‘deram’ bilhete… onde a nossa maior autonomia é a de ‘comer pipocas’…
É que nem da(s) manifestação da ‘geração à rasca’ se fala…

Confesso que perante este frio calmo e tenebroso do Atlântico Norte (passividade social), só me faz lembrar que o nosso titanic (democracia) está perante um valente rombo (revolta)…
Será que está alguém atento…?


Beijos e Abraços

Mike

domingo, 20 de março de 2011

quarta-feira, 16 de março de 2011

entrevista ao Primeiro-ministro


Ontem a entrevista foi deprimente…

Factos:
Foi apresentar na cimeira europeia um novo conjunto de medidas com o objectivo de redução do défice;
Na tarde do dia anterior o Ministro das Finanças apresentou essas mesmas linhas orientadoras numa conferência de imprensa;
Outros factos:
- O presidente não foi informado
- A Assembleia da República não foi informada
- O maior partido da oposição também não.
Ontem o PM não só não foi capaz de explicar esta sequência de factos, como veio dizer (pasme-se) que as medidas apresentadas só são para aplicar se o contexto macroeconómico for diferente do previsto pelo Governo. Ora, hoje, todos os organismos internacionais afirmam que será diferente… e por isso serão para aplicar…
Já estamos em crise há mais de 2 anos…
concordo que a última década (14 anos) foram absolutamente perdidos… e espero que não se esqueçam de quem esteve efectivamente no poder!
beijos e abraço
MIKE

terça-feira, 15 de março de 2011

geração à rasca (II)


Outra linha de análise…

Depois da dita manifestação… o que aconteceu?
Chegou o final do domingo com aqueles programas de TV altamente educativos (promovidos pelos 20, 30 ou 40) onde a constante são os gritos histéricos das pessoas do público! Imaginem se daqui a uns anos vêem estes para a rua…!

(eu também fui ver o significado de 'cicuta')

beijos e abraços
Mike

geração à rasca (I)


Nestes dias é incontornável a simples e singela manifestação sobre a ‘manifestação à rasca’.

Aqui vai a minha!

Lembro-me muito bem quando apareceu na capa do Jornal Público a expressão “Geração à Rasca”. Estávamos nos anos noventa e o famoso autor do título, e do artigo, passou meses, e talvez décadas, a explicar que se referia às dificuldades com que se deparava uma geração (geração Á rasca) e não “geração rasca” como muitos demagógica e abusivamente ousaram utilizar a expressão.
Recordo que foi nesse mesmo tempo em que um conjunto (restrito) de estudantes do Ensino Superior, numa outra manifestação, abusivamente baixaram as calças e voltaram o ‘sim, senhor’ para a então ministra da Educação ou do Ensino Superior…

A expressão “geração À rasca” queria enfatizar as dificuldades com que se deparam os estudantes do Ensino Superior na altura (défice de acção social escolar), bem como com as já previsíveis e evidentes dificuldades de empregabilidade com condições condignas.

Terem associado a foto dos estudantes de ‘rabo à mostra’ com a frase deturpada ‘geração rasca’, fez com que o crédito da tal geração (enquanto estudantes) passasse a ser olhada com desdém pelos de sempre… os dos 40!
Hoje, verificamos com curiosidade, que os dos 20 de então (à rasca), apelidados de rasca pelos dos 40, estão hoje perto dos 40… enquanto os outros já estão próximo dos 60 e a ficarem bem à rasca…! São sinais do tempo!
beijos e abraços
MIKE
(a selecção do cartaz e a eventual analogia com os 'rabos', é pura coincidência)

sexta-feira, 4 de março de 2011


Numa organização vão decorrer eleições em breve.
Perfilam-se dois candidatos…

Um arrojado, nos 40, com apoio da blogosfera, posicionado politicamente, que vai seguramente mobilizar os ‘descontentes’ com tudo e com todos…

O outro prudente, nos 50, com apoio dos históricos, posicionado profissionalmente, que vai seguramente mobilizar os tradicionalistas. Este na continuidade com renovação, o outro na renovação com continuidade…
Se na génese de emergência dos dois movimentos estão intenções claramente distintas, imagino que os processos vão ser muito sobreponíveis…
e agora imaginem que fui convidado pelos dois para o mesmo…

Beijos e Abraços
Mike

Multi Cul Tural


Olá a todos, à pouco estive presente num casamento entre uma lusa e um galês....
foi um momento de elevada cumplicidade pelo respeito da multiculturalidade!

As culturas são diferentes, os costumes são distintos, os comportamentos são diferenciados mas o respeito pela diversidade foi evidente e comum...

vale a pena pensar nisto e mobilizar para o nosso quotidiano.
beijos e abraços
Mike